Saúde Mental no Caminho para o Cuidado em Liberdade
Na ânsia por uma vida digna para todos e na luta a favor do fechamento de manicômios, a Saúde Mental de Pirapora começou as mobilizações em torno de políticas públicas em busca da formalização de novas legislações para o fortalecimento da atenção psicossocial, nos caminhos para o cuidado em liberdade.
O evento aconteceu nesta quarta-feira 8, na parte da tarde, onde foram realizadas duas palestras sobre saúde mental, e o convite para uma caminhada em alusão ao “Dia Nacional da Luta Antimanicomial”, que neste ano será realizada no dia 17 de maio, na Orla Fluvial na Avenida Salmeron, às 7he30min em Pirapora.
A psicóloga e integrante do Fórum Mineiro de Saúde Mental, Marta Elizabete de Souza falou que é necessário lutar por políticas de redução de danos.“Lutamos pela inclusão. Lutamos pelas pessoas e portanto é necessário maior envolvimento do Estado. Falta políticas públicas de inclusão para estas pessoas. É necessário darmos oportunidade, capacitação e possibilidade de uma vida digna com cuidado para todos. O governo precisa criar alternativas para essa situação. Afinal de contas, que vida é essa que estamos oferecendo para esses seres humanos? Qual é a política do MDS no Brasil? Cada vez que a sociedade fica mais excludente, mais pessoas adoecidas vão aparecer. É importante combater os atos infracionais, mas é necessário analisar a magnitude do ato infracional, ouvir todas as pessoas envolvidas, está faltando diálogo. São pessoas que precisam do apoio e do suporte do Estado e da sociedade, pois ninguém foi feito para viver sozinho. O dia 18 de maio é o ‘Dia Nacional da Luta Antimanicomial’. Como bem disse, Angela Davis: A Luta pela Liberdade é uma luta constante”, concluiu a psicóloga.
Para a psicóloga, mestre em Politicas Públicas e Justiça Social, Leisenir Oliveira, não é possível fazer política pública sem o coletivo. “É preciso que os municípios façam as suas próprias políticas e não espere somente pelo Estado, pois é um assunto complexo, e é uma luta em que o Estado adota ou não. Cada município precisa se fortalecer politicamente, onde tem grupo condutor funciona diferente. A GRS, por meio da gerente Tariana Diniz e a Secretaria de Saúde através do secretário Rafael Lana precisam pautar na CIB a respeito da criação de investimentos e politicas públicas de inclusão para essas pessoas”, explicou a psicóloga, M. e supervisora de clínica institucional, Leisenir Oliveira.
O prefeito de Pirapora, Alex Cesar falou sobre a história da luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental, e sobre o combate à ideia de que é necessário isolar as pessoas com a adoção de tratamentos contraditórios, “o que só aumentava os preconceitos relacionados à saúde mental”. E citou como exemplo o documentário: ‘Holocausto Brasileiro’, que conta histórias vividas por pacientes e funcionários do hospital Colônia de Barbacena.
Estiveram presentes no evento, o prefeito de Pirapora, Alex Cesar, o secretário de Saúde, Rafael Lana, a gerente regional de saúde, Tariana Diniz a coordenadora de saúde mental, Giselle Carneiro, e as coordenadoras dos CAPS 1, Josiane Rodrigues e CAPSIJ, Pauliely dos Santos. Além de vários profissionais da área, entidades, policia civil, educação e diversos outros segmentos. Além de depoimentos teve apresentação de poesia.